Todo ano, diversos países ao redor do mundo pintam-se de rosa, no mês de outubro e nos lembram da importância da prevenção ao câncer de mama. O movimento Outubro Rosa surgiu nos anos 1990, nos Estados Unidos, onde vários estados realizavam ações referentes ao câncer de mama, nesse mês.
A causa tem conquistado, cada vez mais, a comoção e mobilização social, dada a gravidade da doença – segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o câncer de mama é o segundo mais frequente no mundo e o primeiro entre as mulheres, atingindo 22% da população feminina global, a cada ano e causando 522 mil mortes anuais, conforme o Instituto Oncoguia.
Como identificar?
O câncer de mama inicia-se, geralmente, com um tumor na mama, podendo atingir a axila e outros órgãos – o que chamamos de metástase. É raro em mulheres abaixo de 35 anos e com incidência progressiva, após essa idade e em especial após os 50 anos. Para o ginecologista, obstetra e mastologista, cooperado da Unimed Bauru, dr. Willian Dávila Delgallo (CRM 71247), “o início dos exames ocorre aos 35 anos, com uma primeira mamografia, dita de base, que será utilizada como comparativa a exames futuros”.
Contudo, a mamografia não é a principal forma de detecção e prevenção da doença – segundo pesquisa de 2016, do Instituto Nacional de Câncer (INCA), 66,2% das descobertas da doença ocorrem pelas próprias pacientes, ao notarem alguma alteração na mama.
Realizar o autoexame é fundamental, pois a doença não apresenta sinais em sua fase inicial, o que dificulta sua detecção precoce. Quando surgem, os sintomas abrangem nódulo – fixo e geralmente indolor, pele da mama avermelhada, retraída ou com aparência de casca de laranja, alterações no mamilo e saída de líquido anormal das mamas.
Não podemos esquecer que, quanto antes o câncer é identificado, maiores são os índices de cura. Portanto, é importante seguir as orientações do autoexame mensal – realizado, de preferência, no mesmo dia do mês, para que as mulheres se familiarizem com suas mamas - e da mamografia de rotina, a cada dois anos, em mulheres com idade entre 50 e 69 anos.
“Quando se fala em câncer de mama, pensamos em detecção precoce. Assim, pode-se proporcionar a cura da doença. Nesse sentido, ações como a mamografia, o autoexame e exames clínicos podem contribuir para o sucesso do tratamento”, defende o dr. Delgallo.
E como eu me protejo?
O ginecologista elenca diversos fatores de risco para o desenvolvimento da doença - Fatores endócrinos: menarca (primeira menstruação) precoce e menopausa tardia, devido ao longo período de exposição aos hormônios e terapia de reposição hormonal pós-menopausa. Fatores ambientais: obesidade, ingestão de bebidas alcoólicas e radiação ionizante. Fatores genéticos e hereditários: mutações genéticas e histórico de câncer de mama na família, principalmente, em idade jovem.
Embora vários desses fatores não sejam modificáveis, podemos prevenir a doença, agindo no que está ao nosso alcance e estimulando os fatores protetores. Assim, controlando o peso corporal - por meio de uma alimentação saudável e da prática de exercícios físicos - e evitando o consumo de bebidas alcoólicas, estamos lutando contra essa doença, que impacta milhares de mulheres.
“Estima-se que por meio da alimentação, nutrição e atividade física, é possível reduzir em até 28% o risco de a mulher desenvolver câncer de mama” (Instituto Nacional de Câncer). Outro fator de proteção para a doença é a amamentação, que faz bem, não só ao bebê – como já sabemos, mas também à mamãe.
Tenho a doença. E agora?
Com a evolução da medicina e a crescente conscientização sobre a doença, ao redor do mundo, vivenciamos um cenário esperançoso. Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, o exame de mamografia é cada vez mais frequente no país e assim, tem-se diagnosticado a doença, em fases mais precoces. Hoje, a maioria dos diagnósticos no Brasil não são mais em fases avançadas, o que aumenta muito as chances de cura.
Contudo, não podemos esmorecer nessa luta, que venceremos apenas quando todas as mulheres, na faixa etária indicada, tiverem fácil acesso a exames de mamografia de qualidade, uma vez ao ano.
Para o dr. Delgallo, a doença não deve ser encarada como um bicho de sete cabeças. “A mulher é detentora de uma força maravilhosa, capaz de transformar situações ruins em impulsos para continuar a caminhada. O sucesso do tratamento depende de um conjunto de ações fundamentais – o comprometimento do médico, o apoio da família e a autodeterminação de vencer”.
No próximo dia 19, celebra-se o Dia Internacional do Câncer de Mama. A data lembra-nos de cuidar de nossa saúde e da saúde de quem a gente ama, pois como diz o dr. Delgallo, “sempre vale a pena viver e experimentar tudo o que pode contribuir para nossa evolução”.