Quatro cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) aparecem no Top 10 das cidades menos expostas a crimes violentos do Estado de São Paulo. Valinhos, Artur Nogueira, Indaiatuba e Jaguariúna se destacam positivamente no Ranking de Exposição a Crimes Violentos de 2017, divulgado quinta-feira pelo Instituto Sou da Paz.
No âmbito do Estado todo, São José do Rio Pardo é a mais pacífica. Lorena, a mais violenta (veja índices mais abaixo).
Voltando à RMC, Monte Mor é a pior cidade rankeada (118ª posição) e, portanto, a que apresenta índices mais preocupantes de violência. Campinas tampouco fez um papel bonito: 122ª colocação.
A pesquisa inédita reuniu dados dos 138 municípios paulistas com mais de 50 mil habitantes com base nas estatísticas divulgadas pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) e pelas corregedorias das polícias Civil e Militar. O índice foi calculado a partir da média ponderada de três subíndices: crimes letais (homicídio e latrocínio), crimes contra a dignidade sexual (estupro) e crimes contra o patrimônio (roubos gerais, roubo de veículo e roubo de carga) conforme o grau de vulnerabilidade da população a esses crimes.
Com população estimada em 122.163 habitantes, segundo o IBGE, Valinhos teve apenas um caso de homicídio doloso em 2017. Para efeito de comparação, a realidade era bem diferente no começo do século, quando nove mortes violentas foram contabilizadas em 2001 e 2002, além de 13 assassinatos em 2003. Segundo o prefeito Orestes Previtale (PSB), os índices positivos da segurança pública do município se devem não só ao investimento feito na Guarda Municipal, mas também em outros setores da Administração.
“O trabalho desenvolvido na Guarda Municipal em conjunto com a Polícia Civil e Militar é essencial, mas uma cidade só tem baixos índices de criminalidade quando se oferece boas condições em outras áreas, como saúde, educação, emprego e opções de lazer. Em Valinhos, temos mais de 4 mil crianças matriculadas em cursos culturais e 5 mil em escolinhas esportivas da Prefeitura. Isso ajuda a tirá-las das ruas e das drogas também”, destaca.
“Se você mora numa cidade que não dá oportunidade para viver bem, sem educação, creche, ou cultura, isso gera um problema que pode afligir na família e na ocorrência dos crimes passionais”, reforça o secretário de Segurança de Indaiatuba, Alexandre Guedes.
Na pesquisa elaborada pelo Instituto Sou da Paz, Valinhos só fica atrás de São José do Rio Pardo e Mococa na lista das cidades com menor índice de exposição a crimes violentos. No Top 10, ainda aparecem mais três municípios da RMC: Artur Nogueira (8ª) e Indaiatuba e Jaguariúna (empatados em 9ª). Campinas é só a 112ª do ranking - ou a 26ª mais exposta a crimes violentos, se observado de outra perspectiva — e fica atrás de outras metrópoles do Estado, como São Paulo (74ª) e Guarulhos (97ª).
Ferramenta
“A criação do índice foi motivada pela compreensão de que a avaliação sobre a exposição à violência dos habitantes de determinado município ou distrito exige um olhar que considere a incidência de todos os crimes violentos. Buscou-se também a criação de uma ferramenta que permitisse comparar municípios e distritos no que diz respeito à vulnerabilidade aos crimes violentos, tanto entre eles como ao longo dos anos”, comenta Ivan Marques, diretor executivo do Instituto Sou da Paz.
Mais exposta, Lorena, a 250km de Campinas, teve a maior taxa de homicídios em 2017 entre todos os municípios com mais de 50 mil habitantes do Estado de São Paulo. Ao lado de outros indicadores criminais, a incidência de homicídios fez com que a cidade apresentasse o maior índice de exposição a crimes violentos na pesquisa desenvolvida do Instituto Sou da Paz. No que diz respeito aos estupros, a taxa observada em Lorena foi 71% maior que em São José do Rio Pardo, que liderou o ranking, e, em relação aos roubos — excluídos os roubos de veículos —, a taxa de Lorena foi 433% maior.
Escrito por: Renato Piovesan
Fonte: http://correio.rac.com.br
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